Skip to main content

Bovinos: saiba como coletar amostras para análises de micotoxinas

colheita de milho

Uma etapa extremamente importante para um bom resultado de análise de micotoxinas é a amostragem. Uma vez que haja problemas no preparo da amostra, os resultados deixam de ser confiáveis e a tomada de decisão pode ser equivocada.  Não é difícil encontrar fazendas que deixam de usar um ingrediente porque acredita ser de alto risco, ou fábricas de ração que recusam uma carga boa ou aceitam uma carga ruim.

Quantidade da amostra

Um exemplo prático pode ser conferido abaixo (Figura 1), em que foram recolhidas e analisadas amostras de várias cargas de milho. Em seguida, foram analisadas a tomada de decisão sobre aceitar ou recusar a carga, considerando-se interessante aceitar cargas com menos de 20ng/g de aflatoxina e rejeitar cargas com mais de 20ng/g da mesma micotoxina. Nesse caso, foram comparadas duas situações de amostragem, uma em que a amostra foi de cerca de 2Kg de milho por carga (linha em vermelho) e outra em que foi recolhida a amostra de cerca de 20Kg de milho por carga (linha em azul). Ao final, foi possível perceber que em uma amostragem muito baixa (2Kg) a chance de se rejeitar uma carga boa e de se aceitar cargas ruis é bem maior do que quando se coleta uma amostra mais representativa (20Kg).

Figura 1 - Impacto no tamanho da amostra para análise de aflatoxinas no milho¹.

O tipo de ração também influencia

Outro ponto importante após a coleta representativa, é considerar que rações prontas têm contaminação muito mais homogênea do que matérias-primas, principalmente pré-moagem. Para uma assertividade maior, após coletar um volume considerável (20Kg), é aconselhado passar todo o material por moagem ou, ao menos, triturar o material antes de fazer uma sub-amostra (500g) para se enviar ao laboratório².

Para coletas na lavoura é preciso levar em conta a imprevisibilidade de como se distribui a contaminação. É preciso considerar também que se uma área for usada para silagem, por exemplo, no abastecimento de dois silos diferentes, os riscos podem variar mesmo vindo da mesma lavoura, uma vez que os focos de contaminação podem estar espalhados na área (Figura 2).

Figura 2 - Distribuição espacial de DON numa lavoura. Áreas mais claras apresentam uma contaminação menor e áreas mais escuras apresentam uma contaminação mais alta³.

Para coletas de forragens conservadas, se aconselha diversas coletas em pontos diferentes do silo ou local de armazenagem. Assim como coletas de dieta total no cocho, em que se deve coletar o mais próximo possível do horário do trato dos animais, em vários pontos, com a devida homogeneização da amostra (Figura 3).

Figura 3 - Metodologia desde a amostragem ao envio do material a ser analisado.

Usualmente no Brasil, são analisadas amostras de 4 a 6 micotoxinas. Sabendo-se que existem mais de 500 micotoxinas conhecidas, analisar poucas micotoxinas pode dar uma ideia do risco, mas ter conhecimento de um número maior, sabendo-se que efeitos sinérgicos existem, é essencial para um melhor conhecimento do risco real para os animais.

Nos Estados Unidos e na Irlanda a Alltech desponta com seus Laboratórios 37+, um dos mais completos em análises de micotoxinas do mundo, conseguindo identificar 54 micotoxinas, que incluem beauvericina, moniliformina, eniatina A, A1, B e B1, assim como phomopsin A, alternariol e o ácido fusárico.

¹ Whitaker, 1990

² Gloria et al., 2010.

³ Aldenhoven, 2007


Dúvidas ou comentários? Entre em contato conosco:

Loading...