Skip to main content

Solo supressivo é aliado do agricultor

Solo supressivo é aliado do agricultor

Obter culturas lucrativas, produtivas e sustentáveis depende da saúde do solo. Afinal, um solo equilibrado, como o solo supressivo, auxilia as plantas a serem naturalmente mais resistentes a doenças e a crescerem com mais vigor. Por isso, aproveitam melhor os nutrientes. Desse modo, a saúde do solo é o caminho para aumentar a lucratividade e minimizar os custos da sua fazenda.

Em todo o mundo, os agricultores estão percebendo os benefícios de solos supressivos. Ao mesmo tempo em que são equilibrados, possuem uma grande quantidade de microrganismos benéficos, níveis adequados de minerais e matéria orgânica. Esses elementos, de forma indireta, inibem a ação de patógenos, o que promove melhor crescimento e desenvolvimento das plantas.

Mas como podemos obter um solo supressivo? E de que forma ele pode contribuir para uma agricultura mais sustentável?

Imagen que contiene árbol, grupo, bosque, campo

Descripción generada automáticamente

Microrganismos equilibram a rizosfera

Neste artigo, vamos entender como as bactérias promotoras de crescimento de plantas (BPCP) atuam em solos supressivos. As BPCP auxiliam no crescimento e desenvolvimento das culturas e, indiretamente, como agentes de biocontrole, porque inibem a atividade de microrganismos patogênicos.

A rizosfera é um ecossistema com várias relações de interesse estabelecidas. Por exemplo, as de natureza simbiótica entre microrganismos e as raízes das plantas e entre os microrganismos.

A interação planta-microrganismo é responsável pela ciclagem de nutrientes e pelo fluxo de energia. Assim, resulta na disponibilidade de nutrientes, que são fundamentais para funções importantes das plantas. Já os microrganismos benéficos integram a microbiota da rizosfera e desempenham um papel importante na saúde e crescimento das plantas. Em síntese, facilitam a aquisição de nutrientes e auxiliam as plantas a superarem estresses abióticos. Além disso, participam de vários processos essenciais para o desenvolvimento das culturas, como os ciclos do carbono, nitrogênio, fósforo e enxofre.

À medida que se alcança um estado de supressão de doenças no solo, encontra-se alta concentração de fungos (Trichoderma, Penicillium e Gliocladium) e bactérias (Pseudomonas, Burkholderia, Bacillus, Serratia e Actinomyces). Dessa forma, ambos promovem o crescimento e fornecem componentes protetores contra fungos, bactérias, nematoides, vírus e insetos nocivos.

Aliados para um solo supressivo

Diante disso, uma das opções mais interessantes para um sistema produtivo sustentável envolve o uso de BPCP na colonização da rizosfera. Além de estimularem e melhorarem o crescimento das plantas, agem como agentes de biocontrole para doenças, pois deslocam microrganismos patogênicos.

Funções essenciais das BPCP:

  • Estimular a produção de fito-hormônios (auxina, giberelina e citocinina) por meio da sinalização, que facilitam a comunicação celular e estimulam o crescimento das plantas;
  • Aumentar a disponibilidade de nutrientes por meio da fixação de nitrogênio, solubilização de fósforo e quelatização de ferro;
  • Proteger a planta contra fitopatógenos que podem competir por espaço e nutrientes; as rizobactérias produzem metabólitos e antibióticos, além de aumentarem a capacidade de resposta sistêmica da planta contra um agressor.

 

Diagrama

Descripción generada automáticamente

Entre os promotores de crescimento de plantas mais comuns para manejo de doenças de plantas estão: Pseudomonas, Bacillus e Burkholderia. Essas bactérias se destacam pela capacidade de solubilizar fosfatos inorgânicos presentes no solo e pela supressão de patógenos. Por sua vez, os gêneros Azospirillum, Azotobacter e Rhizobium são de particular interesse pela capacidade de facilitar a conversão de nitrogênio atmosférico em uma forma assimilável pelas plantas.

Comparadas a qualquer gênero, as Pseudomonas têm propriedades significativas no crescimento das plantas e no manejo de fitopatógenos durante sua associação sinérgica com a planta hospedeira. Dentre suas múltiplas aplicações na agricultura, destacam-se sua eficácia na promoção do crescimento das plantas (por meio da produção de auxina ou solubilização de fosfatos) e melhoria da saúde das plantas. Essas bactérias também podem atuar como antagonistas contra patógenos e desempenham um papel como agentes de biorremediação em ambientes contaminados.

Benefícios do solo supressivo

Solos que apresentam uma microbiota rica e dinâmica possuem interações benéficas com as plantas. Devido ao equilíbrio que possuem entre os componentes minerais, orgânicos e microbiológicos, resultam em um solo mais saudável, com capacidade de suprimir a progressão e atividade de patógenos. Esse tipo de solo, supressivo de doenças, foi definido por Cook e Baker em 1983 como "solo no qual o patógeno não é capaz de se estabelecer ou persistir, ou o patógeno se estabelece, mas não causa danos, ou o patógeno causa algum dano, mas não influencia no potencial produtivo da planta, assim a doença se torna progressivamente menos severa, mesmo que o patógeno persista no solo."

Isso significa que o patógeno não se estabelece ou, uma vez estabelecido, não causa danos significativos à cultura, devido à ação antagonista de microrganismos benéficos. Por esse motivo, esse solo apresenta condições desfavoráveis para o patógeno. Ou seja, reduz sua capacidade de crescimento e desenvolvimento e neutraliza sua atividade prejudicial.

Como chegamos ao solo supressivo?

Embora a busca pelo solo equilibrado exija diferentes práticas culturais, o ponto de partida deve sempre ser uma análise para avaliar a saúde do solo. Esse diagnóstico inclui dados sobre aspectos físicos, químicos, biológicos, incidência de patógenos e disponibilidade de nutrientes.

Em última análise, o objetivo é estabelecer uma microbiota saudável que promova o espaço ideal para o desenvolvimento de culturas mais sustentáveis. Dessa forma, se alcança o manejo biológico de doenças como Fusarium sp., Pythium sp., Rhizoctonia sp. e Phytophthora sp..

Recuperação da atividade biológica do solo

Há décadas, técnicas de manejo químico, como a aplicação de fungicidas de amplo espectro, têm sido a principal estratégia para o manejo de fitopatógenos. Além de causar impactos negativos na saúde humana e no meio ambiente, essa abordagem foi responsável pelo surgimento de cepas resistentes a diversos princípios ativos.

Consequentemente, a microbiota no solo foi afetada por essas aplicações e pelo uso excessivo de fertilizantes minerais. Como resultado, esse processo desequilibrou os solos e abriu caminho para solos mais suscetíveis a doenças.

Então chegou a hora de revitalizar a vida biológica saudável no solo. Para viabilizar, é preciso inocular as raízes das plantas com microrganismos benéficos ao bem-estar delas. Com esse procedimento, sua atividade biológica é restabelecida. Ao fazer isso, apoiamos o desenvolvimento do sistema radicular, o que melhora a absorção de nutrientes. E, assim, as plantas serão capazes de resistir melhor aos desafios ambientais, fortalecer suas defesas e expressar seu máximo potencial produtivo.

Você está interessado em recuperar o equilíbrio microbiano natural do seu solo e melhorar sua capacidade de suprimir doenças, para otimizar a produtividade das culturas?

Entre em contato aqui com nossa equipe técnica para discutir mais sobre saúde do solo e como alcançar um solo supressivo.

Loading...