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Soja: importância de uma boa formação de vagens

vagem de soja

Diversos aspectos morfofisiológicos estão relacionados com a performance da cultura da soja, especialmente para produzir e direcionar o fluxo de fotoassimilados da fonte, área de produção dos solutos orgânicos, para o dreno, áreas de metabolismo intenso ou órgãos de reserva. Entre esses aspectos, podemos destacar o bom desenvolvimento do sistema radicular, a arquitetura das plantas e sua capacidade de interceptar luz, o hábito de crescimento, a capacidade fotossintética e o formato e densidade das nervuras nas folhas. 

Entretanto, as lavouras de soja espalhadas pelo país, estão expostas a eventos climáticos instáveis e imprevisíveis. Essas adversidades podem impactar negativamente o crescimento e desenvolvimento da cultura, o que não contribui para a boa formação dos aspectos citados inicialmente. Os estresses provocados pelo ambiente, denominado abióticos, podem comprometer a produção e o fluxo dos compostos resultantes da fotossíntese, que resultarão em menor potencial produtivo.

Os componentes de produção que irão definir o rendimento da lavoura de soja, estão relacionados com o número total de vagens produzidas por planta, o número de grãos produzidos por vagem e o peso por grão. Por isso, para a cultura atingir altas produtividades, além de condições ambientais favoráveis durante seu ciclo, são necessárias práticas de manejo que favoreçam a maximização do aproveitamento dos recursos do meio. De forma prática, isso significa incrementar a penetração de luz no dossel, aumentar a capacidade de realizar fotossíntese e de produzir fotoassimilados.

Para a soja, a fase reprodutiva representa o estágio mais sensível, e fatores como deficiência hídrica, baixos níveis de radiação solar e altas temperaturas podem prejudicar a formação e o enchimento dos grãos ou, até mesmo, em condições mais severas, o abortamento da vagem. Por isso, nutrientes como cálcio, magnésio, boro, fósforo, nitrogênio e potássio, devidamente manejados, além de tecnologias que auxiliem no balanço do metabolismo vegetal são essenciais nessa fase.

Em especial, nesse período, as plantas de soja possuem alta necessidade da produção e translocação de fotoassimilados, devido ao alto teor de proteínas e lipídeos armazenados no grão. O processo exige alta energia metabólica das plantas e conferem a ela o valor econômico ambicionado. Estima-se, por exemplo, que são necessários 2g de fotoassimilados para a produção de 1g de grão, o que justifica a necessidade de uma relação fonte-dreno muito bem balanceada.

Visto que a formação e enchimento dos grãos são componentes cruciais para produtividades rentáveis, necessita-se da adoção de estratégias que minimizem os riscos e maximizem as estruturas e funções fisiológicas da soja. Por isso, um planejamento adequado quanto ao manejo do solo, que busque o equilíbrio físico, químico e biológico para conferir resiliência ao sistema; a proteção das plantas contra pragas e doenças, para maior área e durabilidade foliar; e o balanço nutricional e hormonal, para a retenção de vagens, produção e translocação de solutos orgânicos e enchimento dos grãos, são fatores chave para os altos índices produtivos. 

Diante desse cenário, fica claro, que o estágio de formação e enchimento dos grãos, não define completamente o potencial produtivo da cultura. Contudo, as informações acima nos mostram o quão desafiadora essa fase pode ser, em razão da alta energia requisitada e do curto espaço de tempo para distribuí-la para os grãos. Portanto, a junção entre tecnologias que potencializem os recursos do meio, o aporte nutricional adequado e estratégias de manejo no campo, se mostram como o caminho para minimizar as adversidades e potencializar a produção sustentável.


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