Batata: a força que vem da nutrição

Aminoácidos auxiliam defesas naturais e contribuem para melhor produtividade do cultivo da batata

Nos tratos culturais, o manejo nutricional é um dos fatores decisivos para o desenvolvimento de uma planta saudável e preparada para uma boa produtividade. Mas você sabia que, a partir dele, é possível auxiliar a resistência natural das plantas, contribuindo para a redução dos prejuízos causados por estresses bióticos e abióticos? Esse aspecto é essencial para cultivos como o da batata, por sua sensibilidade a tais estresses e que podem afetar a valorização desejada pela boa aparência do tubérculo.

É o que explica o engenheiro agrônomo Marcos Revoredo, gerente técnico especializado em hortifrúti da Alltech Crop Science. “As cultivares de batata que trabalhamos no país são mais suscetíveis a algumas doenças, especialmente nas folhas e hastes. Assim, o manejo nutricional é necessário durante todo o ciclo para que a batata tenha um melhor rendimento e qualidade - casca mais lisa, sem manchas em decorrência de fungos, problemas de solo ou nematoides - gerando melhor aceitação do mercado”, afirma.

Com isso, a aplicação de soluções à base de aminoácidos e micronutrientes, como o cobre e o zinco, contribuem para o fortalecimento nutricional da planta, como ressalta Revoredo. “Esses produtos promovem uma minimização de problemas como os estresses térmicos e hídricos. Ao oferecer ­elementos-chave para que a planta esteja equilibrada nutricional e fisiologicamente, ela redireciona a energia para o desenvolvimento dos tubérculos, em vez de focar apenas na defesa. Assim, a planta ficará mais forte, menos vulnerável, e ao mesmo tempo, poderá alcançar o seu melhor potencial produtivo”.

Como auxiliar na ­resistência nutricional das plantas?

Todas as plantas têm em sua genética a capacidade de resistir a doenças e intempéries, e isso é fortalecido a partir de um manejo adequado, conforme explica Flávio Medeiros, Doutor em Fitopatologia e professor da Universidade Federal de Lavras (UFLA-MG). “Quando colaboramos nutricionalmente na ativação dos genes de defesa da planta, a tendência é que, quando estiver em contato com estresse biótico, ela não sofrerá de forma tão severa. A primeira premissa é que os cuidados com a planta devem começar de forma preventiva. Outro aspecto importante é que o processo é inespecífico: independente do agente que esteja causando a doença, teremos a proteção natural da planta fortalecida e atuando”.

Com o uso de ferramentas nutricionais, a resistência natural  acontece de forma sistêmica, em todas as estruturas da planta - folhas, raízes e hastes.

“Nesse mecanismo, a nutrição funciona como um cofator, no qual vários nutrientes são requeridos. Por exemplo, o cálcio contribui para o reforço da parede celular e para o desenvolvimento da enzima medulina, que levará a resposta de defesa por toda a planta. Isso vai trazer maior segurança para os terços inferiores e raízes, nos quais muitas doenças começam, devido ao microclima favorável e menor incidência de raios ultravioletas. Por isso, o produtor deve se lembrar de reaplicar as soluções constantemente, a cada 15 ou 20 dias”, ressalta ­Medeiros.

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