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Selênio orgânico na nutrição de vacas de leite

Benefícios para a vaca e para o produtor

Juntamente com a vitamina E, o selênio (Se) é conhecido por suas funções antioxidantes e, com a profissionalização das fazendas produtoras de leite, ele tem ganhado muito mais atenção do que no passado. Mas por que o selênio é tão importante para as vacas? A resposta está na grande relação que ele tem com o sistema imunológico, já que o estresse oxidativo pode suprimir a função dos neutrófilos. O selênio é essencial para a função da glutationa peroxidase, enzima que ajuda na proteção das células contra o estresse oxidativo. Estudos encontraram uma melhor saúde da glândula mamária e redução de células somáticas (CCS) com a suplementação de selênio orgânico1.

De acordo com outra pesquisa este micromineral é importante como precursor de, pelo menos, 25 selenoproteínas2. Estas estão localizadas em várias partes da célula e estão envolvidas em diversas funções fisiológicas, incluindo: atividade redutase e peroxidase, metabolismo hormonal, sinalização redox, transporte de selênio e síntese de selenocisteína. As selenoproteínas também são comumente encontradas no tecido muscular, o que nos leva a pensar sobre suas variadas funções, como na redução da incidência de retenção de placenta após a suplementação com selênio em vacas no final da gestação. Além disso, outros problemas como metrite e ovários císticos3 e edema de úbere4 também reduziram com a suplementação de selênio.

Para ser realmente aproveitado pelos animais, este mineral precisa ser efetivamente absorvido. Como referência, o National Research Council (NRC) adota o chamado Coeficiente de Absorção (CA) para avaliar o quanto cada fonte de minerais pode ser absorvida pelos bovinos. A presença, excesso ou desequilíbrio entre minerais inorgânicos podem gerar reações antagônicas, diminuindo o CA do selênio. O selenato e o selenito de sódio (mais usado no Brasil), que são minerais inorgânicos, possuem um CA entre 0,36 e 0,51 5, 6, 7. No entanto, outro estudo8 encontrou uma digestibilidade aparente do selenito de sódio para vacas de leite de apenas 0,11 (11%). 

Em contrapartida, dietas com selênio-levedura (na forma orgânica) ficaram com um CA entre 0,57 e 0,629. Ou seja, considerando um valor de CA mediano do que foi encontrado, podemos estimar que as fontes de selênio-levedura são aproximadamente 36% a 86% mais absorvidas do que as fontes inorgânicas, considerando os 11% referentes ao CA do selenito de sódio. Os números são claros: a substituição de fontes inorgânicas por selênio-levedura resulta na otimização do uso da suplementação. 
Outro estudo interessante foi conduzido pela Universidade da Flórida, com quase 900 vacas de leite, onde foi comparado o fornecimento de duas fontes de selênio: selenito de sódio (Controle) X selênio-levedura (Sel-Plex). Os tratamentos começaram 23 dias antes do parto previsto e se estenderam até 81 dias em lactação. Os resultados referentes à saúde uterina seguem abaixo:

*A (sem descarga de muco), M (mucopurulento) e P (purulento). Paridade (P<0.01); Dias (P<0.02); Dificuldade de parto (P<0.01); RFM (P<0.01)   

Sabemos que uma melhor saúde uterina pode levar a melhores resultados reprodutivos e que toda melhoria de saúde no pós-parto pode ajudar as vacas a produzirem mais leite. Uma pesquisa concluiu que houve aumento da receita devido à redução dos custos com despesas de tratamento de doenças e pelo aumento da produção de leite (controle: 36,41 X Sel-Plex: 37,14 L/vaca/dia – p=0,03)10.

Portanto, apesar de o novo NRC, denominado NASEM 2021, que deverá ser publicado até o final deste ano, não sugerir alterações nos níveis de selênio para vacas de leite (nos EUA, o FDA limita a suplementação de selênio a 0,3 mg/kg de matéria seca ingerida), este nutriente deve ser trabalhado em cima de qualidade. Ou seja, trabalhar com fontes de selênio orgânico como o Sel-Plex, o selênio-levedura da Alltech, é algo que deve ser considerado pelo produtor, uma vez que eles são mais biodisponíveis e possuem um maior coeficiente de absorção, cientificamente testados e comprovados.

Para mais informações acesse: go.alltech.com/br/minerais/ruminantes

Bibliografia consultada:

  1. Oltramari, C.E.; Pinheiro, M.G.; Miranda, M.S.; Arcaro, J.R.P.; Castelani, L.; Toledo, L.M.; Ambrósio, L.A.; Leme, P.R.; Manella, M.Q.; Júnior, I.A. Selenium sources in the dietof dairy cows and their effects on milk production and quality, on udder health and on physiological indicators of heat stress. Italian Journal of Animal Science vol. 12, 2014.
  2. Surai, P.F.; Kochishi, I.I., Fisinin, V.I.; Juniper, D.T. Revisiting oxidative stress and the use of organic selenium in dairy cow nutrition. Animals. 2019, 9, 462.
  3. Harrison, J. H., D. D. Hancock, and H. R. Conrad. 1984. Vitamin E and selenium for reproduction of the dairy cow. J. Dairy Sci. 67:123–132.
  4. Miller, J. K., E. Brzezinska-Slebodzinska, and F. C. Madsen. 1993. Oxidative stress, antioxidants, and animal function. J. Dairy Sci. 76:2812–2823
  5. Harrison, J. H., and H. R. Conrad. 1984a. Effect of selenium intake on selenium utilization by the nonlactating dairy cow. J. Dairy Sci. 67:219–223. Harrison, J. H., and H. R. Conrad. 1984b. Effect of calcium on selenium absorption by the nonlactating dairy cow. J. Dairy Sci. 67:1860–1864. 
  6. Ivancic, J., and W. P. Weiss, 2001. Effect of dietary súlfur and selenium concentrations on selenium balance of lactating Holstein cows. J. Dairy Sci. 84:225-23.7Gresakova, L., K. Cobanova, and S. Faix, 2013. Selenium retention in lambs fed diets supplemented with selenium from inorganic or organic sources. Small Ruminant Res. 111;76-82.
  7. Gresakova, L., K. Cobanova, and S. Faix, 2013. Selenium retention in lambs fed diets supplemented with selenium from inorganic or organic sources. Small Ruminant Res. 111;76-82.
  8. Koenig, K. M., W. T. Buckley, and J. A. Shelford. 1991. True absorption of selenium in dairy cows: Stable isotope tracer methodology and effect of dietary copper. Can. J. Anim. Sci. 71:175–183.
  9. Walker, G.P., F.R. Dunshea, J.W. Heard, C.R. Stockdale, and P.T. Doyle, 2010. Output of selenium in milk, urine, and feces is proportional to selenium intake in dairy cows fed a total mixed raion supplemented with selenium yeast. J. Dairy Sci. 93;4644-4650.
  10. Silvestre, F.T.; D.T. Silvestre; J.E.P. Santos; C. Risco; C.R. Staples; W.W. Thatcher. Effects of selenium sources on dairy cows. J. Anim. Sci. 84 (Suppl. 1):52, 2006.

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