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Mastite: pesquisadora descobre solução para reduzir uso de antibióticos em vacas leiteiras

Mastite: pesquisadora descobre solução para reduzir uso de antibióticos em vacas leiteiras

A mastite bovina acomete vacas leiteiras e que costuma causar grandes prejuízos ao produtor. Ela impacta na qualidade do leite, que precisa ser descartado. No momento de tratar os casos de mastite, a situação também é preocupante, uma vez que hoje temos estudos que mostram que 60% dos casos de mastite clínica não necessitam de tratamentos de antibióticos, apenas suporte terapêutico. Para o tratamento convencional da doença, os antibióticos são as substâncias mais utilizadas, o que pode desencadear resistência microbiana, fenômenos alérgicos e efeitos tóxicos aos animais - isso tudo sem mencionar o dano ambiental ao descartar todo o leite com resíduos de antibióticos no meio ambiente.
 
A resposta deste desafio está vindo da ciência. A dissertação da médica veterinária Jessica Quirino Silva, que faz mestrado em agronomia na Universidade Estadual do Norte do Paraná, busca detectar de maneira precoce a ocorrência de mastite em vacas leiteiras, aumentando o bem-estar dos animais, e assim reduzindo o uso de antibióticos e os possíveis impactos ambientais. Com esse estudo, o consumidor terá acesso a um produto de melhor qualidade e os produtores terão acesso a uma forma mais sustentável de tratamento da mastite. O projeto dela foi o vencedor do Planet of Plenty Award, premiação internacional da Alltech, na categoria Estudante.
Para Jéssica, seu projeto foi indicado justamente pelos possíveis impactos positivos que podem ter no setor de produção de leite. “Ele visa a redução do uso de antibióticos, o menor descarte de leite, levar um leite de qualidade para os consumidores. Esses são os objetivos”, afirma a pesquisadora.

O estudo

A mestranda baseou sua pesquisa na identificação precoce da mastite por meio da avaliação dos níveis de células somáticas do leite e da condutividade elétrica do equipamento de ordenha robotizado, que é alterada pelos compostos do leite (secreção mineral, principalmente sódio), o que ajuda na detecção precoce de alterações que levarão a uma mastite. Além do diagnóstico da mastite, é realizado o isolamento bacteriano das amostras de leite, que é feito na própria fazenda (On-Farm) com resultados em 24 horas, para que o produtor saiba exatamente qual bactéria está causando essas alterações no úbere.
 
Dependendo do resultado da cultura microbiológica, o uso de antibióticos pode ser dispensado e o leite pode continuar a ser fornecido livre de contaminantes. A recuperação clínica sem antibióticos é potencializada com a imunonutrição praticada na fazenda em estudo, com a utilização de soluções naturais como o Sel-Plex e Bioplex Zinco, Cobre e Cromo, que oferecem uma possibilidade de recuperação ao controlar o patógeno por meio da melhora no sistema imunológico do animal, sem a necessidade de intervenção com antibióticos, dependendo do patógeno identificado

A fazenda escolhida

Jessica escolheu a fazenda de seu experimento, onde fazia visitas regulares. “Acompanho a propriedade desde maio de 2018, fazendo relatórios de saúde de úbere, medindo a CCS por animal e fazendo a comparação com a condutibilidade elétrica. Na hora de escolher a fazenda para meu experimento, ela foi a sugerida pelo meu orientador”.
 
Primando sempre pela qualidade, a Fazenda Lagoa Dourada preza pelo bem-estar dos animais e pela boa gestão da propriedade. Localizada em Arapoti/PR, ela é administrada pelo casal Nico Biersteker e Ellen Salomons Biersteker, que fazem dos mais de 700 animais da raça Jersey uma parte importante da família. “Para mim o que mais me motiva a fazer bem feito, é ver as vacas felizes, confortáveis. A gente está tirando leite, mas está sendo com o máximo de conforto para elas. Se fosse para ver as vacas sofrendo, eu jamais seria produtora de leite”, afirma Ellen, que largou a vida na cidade, como administradora em Curitiba, para viver no campo.
 
Tamanho comprometimento, trouxe os olhos do mundo para a propriedade do casal, que é considerada um modelo para a região e que, assim como a pesquisa desenvolvida por Jéssica, é palco de outras pesquisas científicas que buscam elevar ainda mais o padrão da bovinocultura mundial.


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