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Manga: requisitos para exportação

Manga: requisitos para exportação

Foto: arquivo pessoal

Conheça as tendências e exigências para o sucesso no mercado

Você sabe dizer quantos tipos de manga o Brasil exporta atualmente? Conhece a preferência do mercado externo? Se você não é um especialista no assunto e deseja conhecer um pouco mais sobre este mercado, que movimenta mais de US$248 milhões por ano, você precisa ler esta entrevista. Conversamos com Leonardo Dantas, engenheiro agrônomo e consultor da Alltech, que trabalha com a cultura de manga, desde 2005. No encontro online, ele fala sobre os requisitos e as tendências para exportação, os cuidados na conservação e no transporte da fruta.

Dentre a enorme variedade de mangas que a gente tem hoje, quais as preferidas do mercado externo?

Durante muito tempo, a preferência era pela manga Tommy, conhecida mundialmente, tanto pela coloração muito bonita e avermelhada, como pela boa capacidade de resistência ao transporte. Os clientes não eram tão exigentes e, praticamente, compravam e consumiam as mangas com os "olhos". Hoje, as frutas com mais saída são aquelas que não possuem fibras, aquele famoso "fiapo". É uma nova tendência: o consumidor não quer chupar uma manga e ficar com o fiapo enganchado nos dentes. O Brasil produz algumas boas variedades da Tommy, como por exemplo a Palmer, que é uma fruta com a mesma coloração da Tommy, mas sem o formato arredondado e um pouco mais comprida.

Como o fato de o fruto possuir mais ou menos fibras impacta no seu transporte e na sua distribuição?

A durabilidade da manga com fibras é maior. E cada fruta tem um mercado específico. A Tommy, por exemplo, vai ter sempre o mercado dela. O que eu percebo em algumas empresas que exportam é que elas precisam ter um volume mínimo de Tommy para mandar - por exemplo, para a Rússia ou para o Japão porque, como ela tem fibras, você pode colher a fruta no ponto mais verde. A manga sem fibras tem um funcionamento interessante, pois ela pode ser transportada por avião. O produtor deixa a fruta chegar à maturação mais avançada na planta, que já vai direto para o cliente. Então, tem esse nicho de mercado, cada variedade vai ter seu ­posicionamento.

Quais inovações você destacaria hoje, na fase pós-colheita?

Cada empresa tem seu segredo. Algumas empresas apostam na melhor "classificadora", que é a máquina que vai separar as frutas por pico de cor, o que é muito bacana. Por exemplo, eu quero separar aquela fruta com 70% de coloração. Ou eu quero separar por nível de dano de pele: se tem um arranhão de tantos centímetros, eu separo em outra linha. Cada packing house (instalação onde a fruta é processada antes de chegar ao mercado) tem um tipo de estratégia. Na maior parte do Vale do São Francisco, a separação é feita de forma manual. Você precisa calibrar o olhar do seu colaborador para ter uma caixa de qualidade. O "espelho da sua caixa" fica em função do olho do funcionário. A gente pode destacar também o tratamento hidrotérmico, que não é uma inovação, mas que veio para suprir uma exigência dos Estados Unidos. Hoje, ele é importantíssimo para eliminar larvas de moscas das frutas; é um tipo de tratamento fitossanitário, praticamente como se fosse um fungicida natural agroquímico.

Dados - exportação de mangas

- Brasil

3º maior exportador de mangas do mundo, atrás apenas do México e da Índia.
Fonte: Embrapa e FAO

- Vale do São Francisco

Maior exportador de mangas do Brasil, concentra aproximadamente 87% do total de frutas exportadas.
Fonte: Embrapa


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